sábado, 28 de abril de 2012

As pessoas são nosso maior tesouro



Sempre a verdade

 A Verdade
Thiago de Mello


A verdade é a luz pequena
ardendo na escuridão.
Da terra, ela nasce e cresce
de vida, na tua mão.

Quem a encontra, gasta um rio
de palavras, inaugura
braços e barcos, mostrando.

Ninguém a vê. De repente
é um sol imenso no peito
da multidão: é a verdade
no centro do seu poder.

Mas ela também se acaba.
E quando se acaba
é uma brasa oca, faminta,
devorando o coração.

Todos aprendem

Todos tem direitos e deveres


Deveres e Direitos

Toquinho

Crianças: iguais são seus deveres e direitos.
Crianças: viver sem preconceito é bem melhor.
Crianças: a infância não demora, logo, logo vai passar,
Vamos todos juntos brincar.
Meninos e meninas,
Não olhem religião nem raça.
Chamem quem não tem mamãe,
Que o papai tá lá no céu,
E os que dormem lá na praça.
Meninos e meninas,
Não olhem religião nem cor.
Chamem os filhos do bombeiro,
Os dois gêmeos do padeiro
E a filhinha do doutor.
Meninos e meninas,
O futuro ninguém adivinha.
Chamem quem não tem ninguém,
Pois criança é também
O menino trombadinha.
Meninos e meninas,
Não olhem cor nem religião.
Bons amigos valem ouro,
A amizade é um tesouro
Guardado no coração.


O Fermino É Nosso


Escola é

... o lugar que se faz amigos.


Não se trata só de prédios, salas, quadros,

Programas, horários, conceitos...

Escola é sobretudo, gente

Gente que trabalha, que estuda

Que alegra, se conhece, se estima.

O Diretor é gente,

O coordenador é gente,

O professor é gente,

O aluno é gente,

Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

Na medida em que cada um se comporte

Como colega, amigo, irmão.

Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”

Nada de conviver com as pessoas e depois,

Descobrir que não tem amizade a ninguém.


Nada de ser como tijolo que forma a parede,Indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

É também criar laços de amizade,É criar ambiente de camaradagem,

É conviver, é se “amarrar nela”!

Ora é lógico...

Numa escola assim vai ser fácil!Estudar, trabalhar, crescer,

Fazer amigos, educar-se, ser feliz.

É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.

(Paulo Freire)

sábado, 21 de abril de 2012

Isso é PRB

Crônica extraída do Jornal Pioneiro

BILHETE-BUQUÊ

Vez em quando emergem ilhas de comportamento que não nos deixam esquecer que ainda somos gente. O melhor de tudo é que às vezes essas manifestações se dão onde menos se espera que se dariam.

No lixo, por exemplo.

Leonida Borges Ferreira foi premiada com uma dessas ilhas virtuosas.

Na correria do dia a dia, a gari Leonida foi surpreendida com o bilhete acima, fixado junto a um saco de lixo deixado numa calçada do Planalto-Rio Branco. Aos 28 anos de idade e cinco de Codeca, Leonida jamais vira algo parecido.

– Eu fiquei muito feliz em receber o bilhete e levei-o ao meu supervisor – conta Leonida.

O bilhete foi galgando os andares da Codeca até chegar ao setor de comunicação. Naralis Valim Correa, a sempre antenada assessora de imprensa da Codeca, rapidinho transformou o singelo bilhete num fato jornalístico.

Eis, pois, que o bilhete agora é compartilhado com os leitores do jornal.

Bilhete assim equivale a um buquê de flores.

É um prazer enorme exibi-lo aqui. O bilhete-buquê é a mais perfeita tradução da coluna Cotidiano.

É bacana demais saber que alguém se preocupou com outro alguém sem sequer saber quem seria esse outro alguém.

É o anonimato.

É o bom, velho e sempre desinteressado anonimato pedindo passagem.

E a generosidade, hein?!

O que é a generosidade dessa pessoa que escreveu o bilhete, desejando “bom trabalho” a quem talvez jamais veja na vida?

Leonida é porta-voz de outras boas-novas.

Além do inusitado e muito bem-vindo bilhete, Leonilda é portadora de excelentes notícias.

Ela conta que, atualmente, é muito raro deparar com cacos de vidro misturados aos demais resíduos domésticos. A gari nos diz que a população está embalando os cacos direitinho, sinal de preocupação com quem vai apanhar nosso lixo, caso de Leonida & colegas.

Mais, Leonida constatou que muita gente escreve “VIDRO” nos embrulhos que guardam cacos. O recado é cristalino: o cidadão não deseja ferir quem quer que seja com seus restos.

O bilhete-buquê recebido por Leonida certamente não é a carta de alforria contra nossas más práticas. Mas é um sinal importante, é o lembrete grudado a ímã na geladeira: estamos vivos, estamos avançando.

21/04/2012 | N° 11353

COTIDIANO | GILBERTO BLUME